SindusCon-SP recebeu profissionais da Secretaria de Estado da Educação
A Secretaria de Estado de Educação de São Paulo e o SindusCon-SP avançaram nos preparativos para o lançamento de um curso de formação técnica e profissional em construção, para estudantes do ensino médio da rede pública.
O assunto foi tratado em 16 de outubro, em reunião no sindicato com Silvana Alves de Oliveira, gestora de Educação Profissional da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, e Carla Vanessa Klöckner, líder do projeto de Empregabilidade e do Programa BEEM (Bolsa Estágio Ensino Médio), da mesma Secretaria.
Pelo SindusCon-SP, participaram Roberto Pastor, diretor da Área Educacional do SindusCon-SP, e David Fratel, coordenador do Grupo de Trabalho de RH do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade), acompanhados de Rosilene Carvalho, gerente do Jurídico, e Filemon Lima, gerente de Relações Institucionais. Ao final do encontro, Yorki Estefan, presidente da entidade, esteve presente.
Silvana informou que a Secretaria pretende ampliar os cursos profissionalizantes “e o momento para se planejar a criação do curso para a construção é agora”. A pedido do SindusCon-SP, ela deverá trazer, na próxima reunião, minuta de convênio entre a Secretaria e o sindicato, para a criação do curso técnico voltado à construção, contemplando qualificação inicial e continuada, com ponte para o ensino superior. A minuta também deverá prever como o SindusCon-SP, suas empresas associadas e os fornecedores destas poderão participar da iniciativa.
Também ficou acertado que o SindusCon-SP será ouvido em uma pesquisa de mercado que a Secretaria realizará sobre vocações regionais, demanda e déficit de mão de obra. A enquete servirá de base para a montagem de cursos direcionados ao atendimento dessas necessidades nas diversas regiões do Estado.
O SindusCon-SP também fará uma apresentação a Silvana e Carla sobre o perfil da mão de obra na construção, segundo os números da pesquisa elaborada pela Ecconit para o sindicato. E a Secretaria apresentará aos associados do SindusCon-SP as possibilidades de participação nos programas profissionalizantes.
Atrair os estudantes
Fratel expôs a necessidade de atrair jovens para ingressarem nas profissões da construção civil, com a criação de um programa específico para esta finalidade, em parceria com o governo estadual e entidades do setor. Fratel informou que instituições universitárias, com seus laboratórios e espaços, poderiam auxiliar nessa tarefa. Propôs a realização de visitas guiadas dos alunos do ensino médio da rede pública estadual aos canteiros de obras, em dias fora do expediente de trabalho. Como atração adicional, afirmou que o salário médio na construção em São Paulo está entre R$ 7 mil e R$ 8 mil, mais que o dobro do salário médio na indústria.
Pastor relatou as diversas ações e parcerias mantidas pelo SindusCon-SP para qualificar os profissionais da construção, empreiteiros e estudantes de engenharia.
Rosilene apontou a necessidade de se alterar portaria do Ministério do Trabalho que veda o trabalho de menores aprendizes de 18 anos nos canteiros de obras. Comentou que também seria oportuno mudar a legislação para que trabalhadores não qualificados possam se inscrever nos cursos de aprendizes. E aventou a possibilidade de o Senai-SP proporcionar ambientes que simulem os canteiros de obras, no curso profissionalizante a ser criado.
Filemon sugeriu a montagem de um programa pelo qual profissionais da construção civil farão apresentações sobre o setor e suas perspectivas profissionalizantes, para os estudantes da rede pública. Silvana comentou que isto poderá ser inserido nas apresentações sobre esses cursos que já ocorrem no 1º ano do ensino médio.
Cursos e estágios remunerados
Silvana informou que o programa profissionalizante estadual passou de 35 mil alunos 2023 para 76 mil alunos, em nove cursos, em 2024. Os cursos são mantidos em parceria com o Senai-SP e a Fundação Paula Souza. Para 2025, serão 160 mil alunos, devendo atingir 250 mil em 2026. A preocupação consiste em preencher lacunas de mão de obra e há demandas por cursos de qualificação profissional com carga horária menor. O Estado também investe em infraestrutura para ampliar a oferta dos cursos.
Carla disse que os cursos estão conectados com estágios em empresas. Para 2025, 30 mil jovens terão a oportunidade de estagiar. O governo estadual banca os custos pedagógicos e as empresas parceiras entram com gastos como transporte e alimentação. No momento, a Secretaria busca mais parceiros para viabilizar os estágios remunerados.
Fonte: Sinduscon-SP – Por Rafael Marko – 17/10/2024