O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de de 0,93% em junho, a quarta aceleração consecutiva da taxa mensal. Em maio a variação havia sido de 0,59%. Apesar da aceleração, a tendência, na avaliação do FGV Ibre, é de estabilização nos custos da construção, já que em 12 meses, a variação o INCC é de 3,77%, abaixo da observada nos 12 meses fechados em junho de 2023, quando foi de 4,29%.
A mão de obra novamente foi o que mais contribuiu para o movimento de aceleração do indicador da inflação na construção civil. A taxa acelerou de 1,05% em maio, para 1,61% neste mês, em função de reajustes espontâneos e dos dissídios. Em 12 meses, a elevação desse custo registrou alta de 6,93%, ressalta Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos de Construção do FGV IBRE:
– Essa alta mais significativa da mão de obra reflete o aquecimento do mercado de trabalho e a escassez de mão de obra. A sondagem da Construção do FGV IBRE referente a junho apontou que essa questão é a que mais preocupa os empresários no cenário atual, representando uma restrição importante aos negócios. A sondagem também mostra que esse cenário deve persistir, uma vez que as expectativas são de maior de demanda nos próximos meses.
Além da mão de obra, o componente materiais e equipamentos estão entre as maiores altas dentro do indicador, tendo a maior contribuição vindo do aumento observado em materiais para instalação. Ana Maria destaca, no entanto, em 12 meses, a alta dos materiais e equipamentos atingiu 1,32%, que está bem abaixo da inflação registrada na economia, mas com tendência de aceleração. Em junho de 2023, a cesta de materiais e equipamento registrava queda de 0,03%.
– Isso significa que neste ano a contribuição do componente para mitigar o aumento da mão de obra será menor – explica a coordenadora.
Fonte: O Globo – Por Míriam Leitão– 25/06/2024