Construir no Rio e São Paulo é melhor do que ir para outros mercados, diz CEO da Cury em entrevista ao canal da XP

Fabio Cury diz que há espaço para crescer ainda mais nos dois principais centros urbanos do país

Uma das principais construtoras do país, a Cury já tem mais de 60 anos de atuação no mercado. Mas seu presidente explica que somente nos últimos dez anos é que ela obteve um exponencial crescimento no setor imobiliário.

Segundo o CEO, Fabio Cury, no Rio de Janeiro, junto com a Cyrela, ela é uma das maiores incorporadoras. “Nosso share no Rio não passa de 9%. Em São Paulo, também estamos entre as maiores, numa ordem 4% a 5% do share do mercado imobiliário”, diz o executivo, que participou do programa Expert Talks CEOs, no canal XP.

Ele afirma que se contabilizar somente o segmento de baixa renda onde a Cury atua, dobra-se o número de share nessas praças. A construtora opera somente nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo.

Fora do eixo Rio-São Paulo não compensa

“A gente tem muito caminho pela frente. Toda vez que a gente faz conta para ir para outros mercados, descobrimos que é melhor comprar um grande terreno na região que a gente já está”, afirma.

Tempos atrás, a Cury estudou o mercado de Porto Alegre. “Tem vários players lá. Fui várias vezes. Fui convidado por uma incorporada que tinha áreas na região e teria facilidade em empreender”, conta.

Mas a conclusão que chegou depois de várias idas e vindas à capital gaúcha é que face à concorrência de um novo produto, a companhia teria no máximo de R$ 250 a R$ 300 milhões por ano de VGV (valor geral de vendas) – enquanto um só empreendimento da empresa no Rio e São Paulo tem em média R$ 200 milhões de VGV.

“Esse valor é um terreno nosso em São Paulo, dois no máximo. Então, essas regionais que se vai fazer acaba tendo um comprometimento muito grande. Para nós, é muito mais fácil focar em um grande negócio (onde já está)”, explica.

Minha Casa Minha Vida

Sobre o Minha Casa Minha Vida (MCMV), Fabio Cury diz que a construtora segue focando na faixa de maior renda por ser um negócio mais favorável à empresa. No início do programa, a Cury dominava na faixa de menor renda.

“Toda vez que um programa é remodelado (como no governo atual) ele traz condições para demanda ficar alinhada com os nossos produtos. Ele está pronto com renda certa, valor certo, condições corretas, para fazer a venda e o repassa mais rápido possível”, diz.

“E os primeiros anos são sempre melhores porque ele vai ao longo do tempo se deteriorando um pouco. Então, tem que aproveitar o primeiro e segundo anos quando o teto está bom e as condições são melhores possíveis. E é o que estamos fazendo, aproveitando ao máximo de vendas e tirando o máximo dos produtos da prateleira”, afirma.

Desafio

Com espaço e foco para crescer, Fabio Cury considera essencial estar cercado de pessoas profissionais e capazes de poder acompanhar o avanço.

“A área que precisa de mais atenção hoje o tempo todo, por conta da produção de entrega, é a engenharia”, afirma.

“É claro que tudo cresce, mas a engenharia tem obras que precisam ser entregues com qualidade, no prazo, com assistência técnica. A gente não abre mão de estar com isso na ponta dos dedos. Isso precisa estar bem controlado e feito”, complementa.

 

Fonte: ABRAINC – 07/10/2024

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