Nesta quarta-feira (18), é esperada uma mudança de marcha na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que pode decidir por manter em 10,50% a taxa básica de juros, a Selic. Nesse cenário, os consumidores e investidores procuram entender melhor os impactos dessa decisão em suas vidas, como por exemplo no financiamento imobiliário.
As taxas desse mercado costumam acompanhar o movimento dos juros, ainda que não seja imediato. Em entrevista para esta reportagem do Bora Investir, Fernanda Rodrigues Ribeiro, a executiva de investimentos imobiliários da Midrah, explica que o barateamento do crédito é um dos primeiros efeitos da queda dos juros. Ou seja, é possível ter acesso a mais empréstimos e negociar consórcios com preços mais baratos.
Enquanto isso, as taxas de financiamento imobiliário contam com um atraso de três a seis meses em relação à Selic. Mesmo com esse distanciamento, os indicadores ainda caminham em uma relativa sintonia. Dessa forma, ainda que os investidores demorem para sentir os efeitos dessa movimentação, ela existe.
Antônio Sanches, analista da Rico, em entrevista à mesma reportagem, revela que isso acontece porque os juros imobiliários são menos voláteis. “Essas taxas se movimentam menos e trazem uma percepção ao comprador de que não parece tão impactante, mas leva certo tempo, sim”, explica.
Além disso, o impacto do movimento da Selic nas taxas se deve também ao cenário econômico do País. “Tudo o que se refere ao indicador, demora. E não chega tão forte no financiamento porque o cenário precisa se estabilizar, mas quem faz o repasse de mercado são os bancos. A partir da queda da Selic, os bancos precisam repassar ao consumidor final essa queda. É oferta e demanda”, pontua Ribeiro.
Buscando uma melhor compreensão dessas alterações, a reportagem do Bora Investir possui a explicação de Ribeiro sobre as diferenças entre alta ou corte de juros. Com a Selic baixa, há o estímulo de ao crédito barato, que é mais interessante ao consumidor e investidor imobiliário, conseguindo fazer melhores negociações. No caso da taxa básica de juros subir, o crédito encarece e desestimula o investidor de imóveis a pegar empréstimo ou consórcio.
Sanches ainda alerta para a política contracionista dos juros no financiamento. Assim, mesmo que as taxas melhorem, o crédito será dificultado, afetando a demanda.