Brasil ganha a primeira fábrica de cimento do mundo que opera usando hidrogênio verde

O Rio Grande do Norte dá um importante passo no setor de energias renováveis ao inaugurar a primeira fábrica de cimento do Brasil que utiliza hidrogênio verde.

O Rio Grande do Norte se destaca como o primeiro estado do Brasil a adotar o hidrogênio verde como combustível na produção de cimento, substituindo os tradicionais derivados de petróleo. Esta iniciativa pioneira é resultado de uma parceria estratégica entre o Governo do Estado, a CPFL Energia (parte do Grupo chinês State Grid) e a Mizu Cimentos. A moderna fábrica de cimento, localizada em Baraúna, a 317 km de Natal, marca um importante avanço na indústria brasileira ao combinar inovação tecnológica com sustentabilidade, reforçando o compromisso do estado com a transição para fontes de energia mais limpas e renováveis.

Com essa ação, o Rio Grande do Norte consolida sua posição como líder na revolução verde no setor industrial do país.

Entenda o contrato na fábrica de cimento com hidrogênio verde

O contrato para produção e consumo de hidrogênio verde foi assinado no dia 22 de agosto de 2024, no auditório da Governadoria, em Natal, pela governadora Fátima Bezerra, pelo CEO da CPFL Energia, Gustavo Estrela, e pelo CEO da Mizu (empresa do grupo Polimix), Roberto de Oliveira. Também assinaram o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico do RN, Silvio Torquato e o secretário adjunto, Hugo Fonseca.

Segundo a governadora, a empresa está escrevendo um novo capítulo em sua história. Com a nova fábrica de cimento com hidrogênio verde, a empresa está dando um exemplo claro de que a industrialização do Nordeste e reindustrialização do Brasil é possível.

Este contrato é um passo firme rumo ao futuro e fortalece setores estratégicos da economia. Além disso, reforça o RN como uma referência em energias renováveis e nos processos para a descarbonização do mundo.

A chefe do Executivo do RN ainda destacou a sinergia entre o setor público e privado, e afirma que foi consolidada uma parceria que é fruto de um memorando de intenções assinado no último ano, que incentiva o desenvolvimento com sustentabilidade, com diálogo junto às comunidades.

Fábrica de cimento com hidrogênio verde usará 250 toneladas de combustível

Em Baraúna, a Mizu emprega 370 pessoas e gera 1.500 empregos indiretos. A CPFL Energia é o terceiro maior produtor de energia no Estado e instalou um sistema de abastecimento de água com dessalinizador que atende 3 mil pessoas na comunidade do Amarelão, em João Câmara. A unidade de produção de hidrogênio verde para atender a fábrica da Mizu terá capacidade de 1 MW e vai ofertar 250 toneladas do combustível por ano.

Segundo Gustavo Estrella, foi identificado a indústria do cimento como essencial, e, com apoio do Governo do Estado, foi decidido o investimento de R$ 43 milhões em uma usina de hidrogênio.

Já o Diretor de Estratégia e Inovação da CPFL, Bruno Monte, considerou o contrato um grande avanço rumo à transição energética. A CPFL também foi representada pelo presidente do conselho de administração, Daobiao Chen. A planta-piloto deve entrar em operação até 2027.

Mizu conta com uma estrutura gigante no RN

Para Hugo Fonseca, secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do RN, o contrato fortalece laços comerciais e mútua cooperação. E é exemplo de como setores público e privado podem promover o desenvolvimento e o crescimento da economia.

Pelo seu potencial, o RN tem condições de liderar a produção de hidrogênio verde, sendo referência para o Brasil. Há certeza que está sendo trilhado o caminho certo para o desenvolvimento econômico e social sustentável.

Roberto de Oliveira, CEO da Mizu, informou que a estrutura da empresa no RN é composta por cinco unidades de produção de concreto, uma usina eólica de 100 MW e a fábrica de cimento com hidrogênio verde em Baraúna. A Cônsul geral da China, sediada em Recife, Lan Heping, lembrou que este ano são comemorados os 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre o Brasil e a China e parabenizou o Governo do RN pela formalização do contrato.

 

Fonte: Click Petróleo e Gás – Por Valdemar Medeiros – 28/08/2024

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