Os empresários da indústria estão confiantes na retomada da economia e devem manter em alta o humor nos próximos meses, impulsionado pelos sinais de demanda aquecida e melhora no mercado de trabalho. A análise partiu da coordenadora da Sondagem da Indústria da Fundação Getulio Vargas (FGV), Tabi Thuler Santos, ao comentar a prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI). O indicador-síntese da sondagem teve expansão de 1,7 ponto em março, para 102,1 pontos, maior patamar desde junho de 2013.

Na prévia, nota a coordenadora, o ICI sinaliza alta em três das quatro grandes categorias de uso: bens duráveis, não duráveis, e de capital, em março ante resultado completo de fevereiro. A única exceção foi bens intermediários, que indica retração na confiança, no mesmo período. Sem mencionar percentuais, visto ser uma prévia, a economista informou também que, no período, o Nível de Utilização de Capacidade Instalada (Nuci) subiu em todas as quatro categorias.

No entanto, ela admitiu que, na prévia, de 19 segmentos industriais pesquisados pela fundação, nove tiveram aumento na confiança, no mesmo período. ?Não existe um aumento da confiança ?generalizado?. Mas ele também não é concentrado em um ou dois setores?, argumentou.

Mesmo sem um aumento generalizado na confiança, a atual trajetória de retomada do setor industrial é consistente e o ICI deve continuar a mostrar aumento nos próximos resultados, observou Tabi. Isto porque não há sinais de reversão nos indícios de melhora na demanda, nem no mercado de trabalho - que, por sua vez, reaquecem economia via consumo; e elevam atividade industrial.

?Creio que o que teremos é uma continuidade da trajetória [de retomada da confiança]. As oscilações podem ocorrer no indicador, no curto prazo. Mas este resultado da prévia de março mostra a força contínua do processo de recuperação do setor e evidencia que os empresários continuam acreditando nisso?, comentou.


Fonte: Valor - Macroeconomia, por Alessandra Saraiva, 21/03/2018