O restauro dos Arcos da rua Jandaia, popularmente conhecido como Arcos do Jânio, na região central de São Paulo, deve levar seis meses e custará mais de R$ 650 mil, segundo a Secretaria Municipal de Cultura, da gestão Fernando Haddad (PT).

Desde o dia 29 de novembro, quem passa pela avenida 23 de Maio já via a movimentação de funcionários da Corpotec na montagem da estrutura para instalação dos tapumes, que começaram a ser fixados esta semana.

O custo total do restauro, segundo a secretaria, será de R$ 658.253,11 e os recursos são oriundos do Funcap (Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural e Ambiental Paulistano).

Os Arcos do Jânio, erguidos no início do século passado são considerados patrimônio histórico. O local veio à tona no final dos anos 1980, quando o então prefeito Jânio Quadros mandou demolir um cortiço que encobria a estrutura.

A secretaria diz que os Arcos do Jânio passarão por um processo de restauro para restabelecer suas características originais –serão mantidos os tijolos e guarda-copos cinzas e os grafites totalmente removidos.

PICHAÇÃO

Em 2015, os Arcos do Jânio foram pichados depois que o artista Rafael Hayashi fez um grafite que lembrava o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, morto em 2013. Na época, o artista afirmou que não era o ex-presidente venezuelano. "A ideia era retratar um homem negro, que não tem expressão nem fala. Mas a imagem ficou distorcida", disse.

Os grafites na estrutura haviam sido autorizados pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e virou polêmica nas redes sociais, na qual internautas diziam que o desenho tinha uma carga ideológica intencional.

Logo em seguida, o desenho amanheceu com borrões de tinta vermelha e as frases: "Hugo Chá. É o Chávez sim". Na sequência, um grupo de grafiteiros desenhou uma venda vermelha nos olhos e uma mão tampando a boca. Rafael Hayashi afirmou que a intenção era dar uma resposta às más interpretações, censuras e ataques ao trabalho.

Fonte: Folha de São Paulo - Cotidiano, 09/12/2016