Com a desaceleração dos preços dos alimentos, a prévia da inflação divulgada nesta quarta (24) pelo IBGE mostrou alta de 0,45%, contra 0,54% no mês anterior.

O indicador IPCA-15 ficou um pouco abaixo do centro de expectativas de economistas ouvidos pela agência Bloomberg, de 0,46%. Em agosto de 2015, o índice foi de 0,43%.

No ano, a prévia da inflação acumula alta de 5,66%, bem abaixo dos 7,36% do mesmo período de 2015. No acumulado de 12 meses, a alta é de 8,95%.

De acordo com o IBGE, os alimentos continuaram pressionando, com alta de 0,78%, mas em ritmo bem inferior ao verificado em julho (1,45%). Alguns produtos, como cebola (-22,81%) e batata inglesa (-18%), registraram queda.

Já o feijão carioca, que havia pressionado fortemente o mês anterior, com alta de 58,06%, subiu apenas 4,74% em agosto.

Mesmo assim, destaca o IBGE em nota, o grupo alimentação e bebidas exerceu impacto de 0,20 ponto percentual sobre o IPCA-15 do mês, sendo responsável por parcela de 44% do índice.

O segundo item de maior impacto na prévia da inflação de agosto foi saúde e cuidados pessoais, que teve alta de 0,85%, contra 0,52% no mês anterior.

Já o grupo habitação mostrou deflação (-0,02%), puxado pela queda nas tarifas de energia nas regiões metropolitanas de Curitiba (-4,76%), São Paulo (-3,94%) e Porto Alegre (-0,34%).

OLIMPÍADA

Sede da Olimpíada de 2016, o Rio apresentou a maior variação de preços entre as 11 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE para o indicador: 0,88%m quase o dobro da média nacional.

De acordo com o IBGE, a alta foi impulsionada por um aumento de 69,97% no valor das diárias dos hotéis. Além disso, a variação do preço dos alimentos também foi maior para os cariocas: 1,15%, contra 0,78% na média nacional.

A menor inflação foi verificada na região metropolitana de Curitiba (0,01%), com reflexo da redução da tarifa de energia.

Em São Paulo, a prévia da inflação em agosto foi de 0,34%, abaixo da média, contra 0,60% no mês anterior.

O indicador é calculado com a mesma metodologia do IPCA, índice oficial usado pelo governo para efeitos de meta de inflação. O que diferencia as duas pesquisas é o período de coleta. Os preços para o IPCA-15 de agosto foram coletados entre os dias 14 de julho e 12 de agosto.


Fonte: Folha de São Paulo - Mercado, por Nicola Pamplona, 24/08/2016