Venda de cimento no país registra alta de 2,8% em dezembro e 3,9% em 2024

Em dezembro, 4,7 milhões de toneladas de cimento foram vendidas no Brasil, aumento de 2,8% sobre o mesmo mês de 2023, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic). As vendas por dia útil subiram 7,7% no mesmo intervalo, para 218 mil toneladas.

No acumulado do ano passado, foram comercializadas 64,7 milhões de toneladas do material, alta de 3,9% ante 2023. Foi o primeiro aumento em dois anos, após as quedas de 2,8% em 2022 e de 0,9% em 2023.

Para 2025, a estimativa do Snic é de um incremento de 1% no volume de vendas, de acordo com Paulo Camillo Penna, presidente da entidade.

A taxa de juros elevada, com perspectiva de crescimento, impede uma estimativa mais otimista. Penna lembra, ainda, que 63% do cimento brasileiro são vendidos ensacados, e o principal consumidor dessa embalagem é quem faz autoconstrução e reformas, o chamado “consumidor formiguinha”.

Por isso, o alto nível de inadimplência das famílias é uma preocupação, e o setor também teme o avanço das apostas virtuais sobre a renda.

A valorização do dólar é outra barreira, porque 40% do custo do cimento vêm do consumo de energia, e a maior parte dela vem do coque de petróleo, importado do Golfo do México.

O setor vem aumentando o uso de materiais alternativos ao petróleo, tanto para ficar menos dependente do insumo importado quanto para reduzir suas emissões de poluentes.

O relatório “Panorama do Coprocessamento 2024”, divulgado no final do ano, mas referente a 2023, mostra que a parcela de materiais alternativos no coprocessamento do cimento aumentou de 30% para 32% em um ano.

A meta do setor é chegar a 55% em 2050, mas Penna afirma que uma participação maior do que essa deve ser proposta. “Já temos indústria brasileira com meta de chegar a 70% em 2026”, diz.

Para as perspectivas do setor em 2025, o presidente do Snic elenca como positivos o recuo da taxa de desemprego, a massa salarial em nível recorde e os investimentos em saneamento, que serão fonte de consumo de cimento. Outro destaque é o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que tem superado as estimativas de volume produzido.

O crescimento esperado de 1% nas vendas em 2025 faria o setor atingir 65,5 milhões de toneladas vendidas, ainda bem abaixo do recorde captado pelo Snic, de 2014, com 73 milhões de toneladas de cimento comercializadas. “Para ter uma resposta, precisamos retomar a infraestrutura brasileira”, afirma Penna.

Fonte: Valor Econômico – Por Ana Luiza Tieghi, Valor — São Paulo, 13/01/2025

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