A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) vai anunciar hoje a criação do seu próprio braço financeiro: a ACCredito - Sociedade de Crédito Direto. O objetivo é facilitar o acesso ao crédito pelos seus associados e os do sistema da Federação das Associações do Estado de São Paulo (Facesp), que poderão pedir empréstimos no valor de até R$ 50 mil. As operações contarão com taxa de juros de 1,62% ao mês, sem necessidade de garantias físicas, 24 meses para pagar e carência de até seis meses.

A oferta poderá atender mais 250 mil filiados no Estado. O público-alvo são microempreendedores individuais (faturamento anual de até R$ 81 mil), microempresas (até R$ 360 mil por ano) e empresas de pequeno porte (entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões).

O capital integralizado da instituição financeira - capital próprio da ACSP, grande parte proveniente dos dividendos do birô de crédito Boa Vista SCPC, em que a associação é acionista majoritária - é de R$ 50 milhões. Outros R$ 25 milhões estão em processo de aprovação pelo BC.

O presidente da ACCredito, Milton Luiz de Melo Santos, ex-secretário executivo da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, afirma que a instituição é resultado de 11 meses de trabalho. E calhou de vir em um momento em que há demanda ainda maior por crédito pelos pequenos negócios afetados pela pandemia. Tanto que, neste primeiro momento, a linha disponibilizada será para capital de giro, mas já em dezembro, a ACCredito oferecerá linhas para empréstimo fixo, com o intuito de serem utilizadas na preparação do estabelecimento para a retomada da economia. O executivo disse ao Valor que em janeiro também terá linha de antecipação de recebíveis.

Além disso, foi feito um convênio com o Sebrae para oferecer garantias via Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), em que 80% do financiamento é assegurado em caso de inadimplência. O processo para obtenção do empréstimo é totalmente on-line e o recurso pode ser disponibilizado no mesmo dia. “O objetivo é oferecer alternativa para os associados, independentemente do relacionamento que têm com bancos e cooperativas”, disse Santos.


Fonte: Valor Econômico - Finanças, por Fernanda Bompan - de São Paulo, 24/11/2020