O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) fechou o mês de novembro com variação negativa de 0,16%, após a alta de 1,43% em outubro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) em relatório nesta quarta-feira (14).

Com esse resultado, o índice acumula alta de 9,27% no ano e de 10,25% em 12 meses. Em novembro de 2017, o índice havia registrado elevação de 0,24% e acumulava queda de 1,11% em 12 meses.

Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) desacelerou de 1,92% em outubro para queda de 0,37% em novembro. Na análise por estágios de processamento, os preços dos bens finais variaram em média 0,03% em novembro, após alta de 1,52% em outubro. A principal contribuição para esse resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 6,72% para recuo de 7,62%. O índice relativo a bens finais sem alimentos in natura e combustíveis para o consumo subiu 0,51% em novembro. No mês anterior, a taxa foi de 1,02%.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 2,53% em outubro para 0,30% em novembro. A principal contribuição para esse movimento partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 7,78% para queda de 0,37%. O índice de bens intermediários obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção variou 0,43% em novembro, ante 1,60% no mês anterior.

O índice do grupo Matérias-Primas Brutas caiu 1,68% no mês, após alta de 1,65% em outubro. Contribuíram para a desaceleração do grupo os seguintes itens: soja (em grão; 3,51% para -5,64%), milho (em grão; -2,42% para -8,95%) e aves (4,10% para -2,49%). Em sentido ascendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos itens café (em grão; -1,72% para 6,64%), mandioca (aipim; 1,16% para 4,77%) e pedras britadas (-1,39% para 0,12%). Por origem, os produtos agrícolas foram os que mais pressionaram para a deflação no mês, com queda de preços de 1,97% contra uma inflação de 0,16% nos bens industriais.

Correspondendo a 30% dos Índices Gerais de Preços (IGP) da FGV, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,29% no período do IGP-10 de novembro. Em outubro, o índice havia sido de 0,52%. Quatro classes de despesa componentes do índice registraram recuo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Transportes, cujo índice passou de 1,43% para 0,33%.

Nessa classe de despesa, a FGV destaca o comportamento da gasolina, que subiu 0,44% em novembro, após registrar alta de 4,68% em outubro. Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Habitação (0,12% para -0,37%), Educação, Leitura e Recreação (0,70% para 0,33%) e Despesas Diversas (0,09% para 0,05%). As contribuições para estes movimentos partiram dos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (0,06% para -2,54%), passeios e férias (2,64% para 1%) e alimentos para animais domésticos (0,93% para 0,17%), respectivamente.

Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,47% para 0,83%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,40% para 0,45%), Vestuário (0,22% para 0,50%) e Comunicação (0,16% para 0,20%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores contribuições partiram dos itens hortaliças e legumes (1,87% para 22,63%), perfume (-0,01% para 1,10%), calçados (-0,52% para 0,21%) e pacotes de telefonia fixa e internet (0,29% para 0,78%).

Com os 10% restantes, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,27% em novembro, contra 0,31% em outubro. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,47%, ante 0,52% no mês anterior. O índice que representa o custo da Mão de Obra subiu 0,10% em novembro. No mês anterior, este índice registrou variação de 0,12%.

Para o cálculo do IGP-10, foram comparados os preços coletados de 11 de outubro a 10 de novembro com os de 11 de setembro a 10 de outubro.


Fonte: Valor - Macroeconomia, por Felipe Frisch, 14/11/2018