O PSI (Programa de Sustentação do Investimento), que durou de junho de 2009 a dezembro de 2015, não fez as taxas de investimento do Brasil aumentarem, sugere um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Os três economistas autores do documento, Roberto Ellery Júnior, Antônio Nascimento Júnior e Adolfo Sachsida, compararam dados brasileiros com os de outros países.

Sachsida, além de ser do Ipea, é um dos colaboradores de Paulo Guedes na campanha de Jair Bolsonaro (PSL).

O contexto da criação do PSI era de baixa de investimentos por causa da crise de 2008.

Há literatura econômica que justifica um aumento dos gastos do governo em momentos como aqueles para evitar um aprofundamento de crises, afirma Ellery.

?Vários países fizeram isso, mas nenhum usou tanto o mecanismo como o Brasil.?

O estudo compara desempenhos das taxas de investimento de outras nações, que não fizeram aportes tão grandes como as do Brasil.

?A saída daquela crise foi mais comum do que se poderia imaginar em um primeiro momento?, diz Ellery.
O programa, que ficou conhecido como ?bolsa empresário?, no entanto, teve efeitos negativos na economia, segundo o economista.

Um deles foi a antecipação de investimentos que exauriu os aportes nos anos seguintes. Outro foi uma má alocação de capital.

?Um empresário poderia ter planos para comprar uma frota de carros, mas se linhas de crédito eram para caminhões, ele mudava o projeto. Essas escolhas erradas podem ter um efeito fatal na economia.?

Fonte: Folha de São Paulo - Mercado Aberto, por Maria Cristina Frias, 16/10/2018