O Brasil registrou um déficit em suas transações correntes de US$ 717 milhões em agosto. O Banco Central (BC) estimava um saldo negativo de US$ 800 milhões para o mês. Em agosto de 2017, a conta corrente do país ficou deficitária em US$ 320 milhões.

No ano até agosto, o saldo está deficitário em US$ 8,901 bilhões, frente a US$ 3,168 bilhões no mesmo período de 2017.

Nos 12 meses até agosto, a diferença entre o que país gastou e o que recebeu nas transações internacionais relativas a comércio, serviços, rendas e transferências unilaterais foi deficitária em US$ 15,538 bilhões, o equivalente a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária. Em julho, o déficit foi equivalente a 0,78% do PIB.

A projeção do BC para 2018 é de um déficit de transações correntes de US$ 11,5 bilhões, ou 0,6% do PIB.

Investimento direto

O Investimento Direto no País (IDP) somou US$ 10,607 bilhões em agosto, acima do previsto pelo BC, de ingresso de US$ 9,5 bilhões. Em agosto de 2017, o IDP tinha somado US$ 5,152 bilhões. Para 2018, a estimativa da autoridade monetária é de ingresso de US$ 70 bilhões, ou 3,6% do PIB.

No ano, o IDP soma US$ 44,379 bilhões, frente a US$ 45,432 bilhões em igual intervalo do calendário anterior. Nos 12 meses encerrados em agosto, o IDP somava US$ 69,632 bilhões, ou 3,61% do PIB, ante 3,30% do PIB em julho. O montante é mais que suficiente para cobrir o déficit em conta corrente de 0,80% do PIB nos 12 meses até agosto.

Fazem parte do IDP os recursos destinados à participação no capital e os empréstimos diretos concedidos por matrizes de empresas multinacionais às suas filiais no país e vice-versa. O retorno de investimento brasileiro no exterior também integra essas estatísticas.

O investimento para participação no capital foi de US$ 5,469 bilhões no oitavo mês de 2018 e somava US$ 30,529 bilhões no ano. Desse total, US$ 630 milhões corresponderam a reinvestimento de lucros no mês. No ano, essa parcela é de US$ 4,490 bilhões.

Já os empréstimos intercompanhia responderam por ingressos líquidos de US$ 5,138 bilhões em agosto, acumulando US$ 13,850 bilhões em 2018.

Investimento estrangeiro

Os investimentos estrangeiros em carteira apresentaram saída líquida de US$ 7,161 bilhões no oitavo mês deste ano, após uma entrada de US$ 10,950 bilhões em julho.

No ano, o resultado é positivo em US$ 5,488 bilhões. Em 2017, houve saída de US$ 1,075 bilhão.

No mercado de renda fixa especificamente, saíram liquidamente US$ 7,083 bilhões em agosto, após entrada de US$ 6,842 bilhões um mês antes.

Considerando apenas as negociações no país, o resultado foi negativo em US$ 7,750 bilhões no oitavo mês, após entrada de US$ 6,178 bilhões em julho. No ano, a conta está positiva em US$ 1,112 bilhão.

Já o fluxo de investimentos estrangeiros em ações via bolsas de valores resultou em saída de US$ 36 milhões no mês, depois de entrada de US$ 4,116 bilhões em julho, considerando tanto aplicações via bolsa brasileira quanto via Bolsa de Nova York. No acumulado do ano até agosto, a conta ficou positiva em US$ 2,291 bilhões.

Fonte: Valor - Macroeconomia, por Isabel Versiani e Alex Ribeiro, 24/09/2018