As construtoras ainda sofrem para ajustar as contas diante da desaceleração da demanda por residências.

Das 10 maiores empresas em valor de mercado, 3 tiveram queda no lucro no segundo trimestre, em relação ao primeiro, e 3 registraram prejuízo; 4 tiveram alta no lucro.

A maior perda foi registrada pela PDG: R$ 450 milhões.

Brookflield e Rossi também tiveram prejuízos. Os resultados derrubaram o valor das três na Bolsa e empurraram a Rossi para a 11ª posição no ranking.

MRV, Tecnisa e Even tiveram redução de lucro.

As construtoras precisam se desfazer de estoque, diz Alexandra Almawi, economista da Lerosa Investimentos. "Com a economia mais fraca e as famílias muito endividadas, no entanto, não vejo alívio que possa impulsionar as compras de imóveis antes de 2013."

Nesse cenário, a redução do ritmo de lançamentos para não inundar o mercado, que tem sido estratégia das construtoras desde 2011, ganha ainda mais importância.

Além disso, o controle das obras para evitar atrasos, que prejudicam o fluxo de caixa das companhias, também é essencial, aponta a equipe de análise da Coinvalores.

Wesley Bernabé, analista do BB Investimentos, destaca que há empresas mais bem-sucedidas nessas estratégias, como a Eztec, cujo lucro cresceu no trimestre.

"Além disso, companhias que optaram por não fazer uma expansão muito grande para outros Estados por meio de parcerias tiveram menos problemas", acrescenta.

Também lucraram mais no segundo trimestre que no mesmo período de 2011 a Direcional, a Helbor, a Cyrela e a Gafisa (que reverteu o prejuízo do trimestre anterior).


Fonte: Folha de São Paulo, por Carolina Matos, 16/08/2012