A assessoria de investimentos TCP Latam tem expectativa de retomada do setor imobiliário nos próximos dois a três anos. O diretor da TCP, Ricardo Jacomassi, ressalta que parte das incorporadoras têm conseguido repassar custos de produção para os preços dos imóveis, embora a perda dos últimos três anos ainda não tenha sido recuperada, e que a alavancagem das empresas vêm caindo.

A redução da Selic para 6,5% se reflete em taxas menores de financiamento à produção. Segundo Jacomassi, a captação de R$ 40 milhões para um cliente da TCP foi negociada à taxa de 20% em março de 2016. Dois anos depois, empréstimo concedido do mesmo valor foi fechado à taxa de 9%. "Tem havido mais flexibilidade do crédito", diz o diretor da TCP.

O executivo cita que, durante a crise, empresas do setor imobiliário tiveram forte impacto dos distratos e algumas tiveram de recorrer à recuperação judicial. "A alavancagem das companhias e a restrição do crédito bancário levaram a uma paralisação geral do setor. A situação começa a melhorar, neste ano, com a queda da Selic", diz Jacomassi.

Segundo o executivo, o desempenho da taxa de desemprego se mostra como o gargalo para que haja mais clareza em relação às expectativas para o setor. "Acredito que haverá melhora no indicador nos próximos seis meses", afirma Jacomassi.

O diretor da TCP acrescenta que a velocidade de recuperação do setor pode aumentar se um candidato à presidente que se mostre favorável às reformas sair na frente na disputa eleitoral.

A TCP estima crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da construção de 2% neste ano, incluindo mercado imobiliário, saneamento e infraestrutura.


Fonte: Valor - Empresas, por Chiara Quintão, 23/05/2018