As cidades que tiveram os maiores aumentos de lançamentos imobiliários no ano passado são aquelas onde há investidores que adquirem apartamentos para receber renda de aluguel.
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São Paulo e Brasília tiveram alta de 25% e 20%, respectivamente, do valor geral de novos empreendimentos, segundo a Brasil Brokers, um grupo de imobiliárias presente em oito estados.

?A cidade de São Paulo tem mais investidores que outras praças, e eles procuram imóveis no seu próprio município?, afirma o diretor-presidente, Claudio Hermolin.

A tendência segue neste ano, segundo ele: no primeiro trimestre de 2018, 35% das vendas da entidade que ele comanda foram feitas a pessoas que não tinham planos para viver no apartamento que adquiriram.

O número positivo foi impulsionado por unidades menores e de perfil popular, diz Luiz Antonio França, diretor-executivo da Abrainc (associação de incorporadoras).

?Praças onde houve grandes quedas têm estoque alto de edifícios construídos antes da crise. As melhoras de indicadores são sentidas mais rapidamente onde há mais diversidade econômica.?

O cenário, no entanto, é pior do que poderia ser, diz Antonio Setin, da incorporadora que leva seu sobrenome. 

?Juros impactam o mercado. Quando caem a um dígito, geralmente há um boom. A demanda não está compatível com a taxa atual.?

A falta de clareza do que vai acontecer nas eleições é um dos fatores que impactam o setor imobiliário, segundo ele.




Fonte: Folha de São Paulo, por Maria Cristina Frias, 17/04/2018