O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 0,21 por cento em março, ante elevação de 0,29 por cento em fevereiro, com a desaceleração dos preços no atacado e da construção compensando o avanço no varejo, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quarta-feira.

Em relação à segunda prévia de março, também houve leve desaceleração após alta de 0,24 por cento no período.

O resultado de março ficou abaixo da expectativa de analistas, uma vez que pesquisa da Reuters com 24 analistas apontava alta de 0,31 por cento, na mediana das projeções.

A inflação tem sido motivo de preocupação tanto do governo quanto do mercado, principalmente depois de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) ter se aproximado no acumulado em 12 meses em março do teto da meta do governo, de 6,50 por cento pelo IPCA.

Analistas acreditam que o início do ciclo do aperto monetário será em maio, com a Selic --atualmente em 7,25 por cento ao ano-- encerrando o ano a 8,5 por cento.

Agora, a atenção se volta para a divulgação, na quinta-feira, do Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, com projeções sobre inflação e atividade econômica.

ATACADO

De acordo com a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60 por cento do índice geral, ficou praticamente estável, com variação positiva de 0,01 por cento em março, ante avanço de 0,21 por cento em fevereiro.

Em relação à origem dos produtos, os industriais desaceleram a alta a 0,30 por cento, ante 0,82 por cento em fevereiro. Já os agropecuários registraram queda de 0,70 por cento em março, ante recuo de 1,31 por cento no mês anterior.

Entre os estágios de produção, os preços dos Bens Finais avançaram 1 por cento, ante alta de 1,26 por cento anteriormente. Contribuiu para este movimento o subgrupo combustíveis, com alta de 0,85 por cento, após avanço de 5,09 por cento.

No segmento Bens Intermediários, foi registrada queda de 0,28 por cento, após alta de 0,73 por cento em fevereiro. A principal contribuição partiu do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, com queda de 1,14 por cento ante variação positiva de 0,08 por cento em fevereiro,

Já o índice de Matérias-Primas Brutas apresentou variação negativa de 0,78 por cento, contra queda de 1,58 por cento no mês anterior. Os itens que mais influenciaram foram soja em grão (-11,06 a -4,78 por cento), minério de ferro (3,21 a 5,88 por cento) e leite in natura (-0,02 a 1,78 por cento).

VAREJO

Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor, com peso de 30 por cento no índice geral, acelerou a alta para 0,72 por cento, contra 0,30 por cento visto anteriormente.

A principal contribuição partiu do grupo Habitação, com avanço de 0,48 por cento em março após ter registrado queda de 1,75 por cento no mês anterior.

Nesta classe de despesa, destacou-se o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de -16,14 por cento para -1,62 por cento.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, registrou elevação de 0,28 por cento, desacelerando ante alta de 0,80 por cento em março.

O resultado do INCC, que responde por 10 por cento do IGP, foi puxada pela mão de obra, com alta de 0,14 por cento após avanço de 1 por cento.

Além de medir a evolução do nível de preços, o IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de energia elétrica e aluguel.

O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.


Fonte: Reuters, por Camila Moreira, 27/03/2013