Ao receber o título de capital verde da Europa em 2017, a cidade alemã de Essen, com 570 mil habitantes, tornou-se exemplo mundial de como seguir o rumo da sustentabilidade ambiental, com melhoria da qualidade de vida da população. O antigo centro industrial do carvão e do aço, situado no Vale do Ruhr, rompeu padrões adotando um novo modelo de desenvolvimento urbano baseado na expansão do verde nos espaços anteriormente ocupados por estruturas fabris que entraram em decadência juntamente com a descoberta da contaminação dos solos.

Implantado durante dez anos, o programa IBA Emscher Park abrangeu mais de 100 antigas áreas industriais abandonadas. Após diversos investimentos, a cidade tem hoje 3,1 mil hectares de infraestrutura de parques, florestas, campos e corpos de água, estrategicamente interconectada por corredores ecológicos. "O que era um fardo tornou-se um privilégio", diz Elke Brochhagen, conselheira para a área de meio ambiente e construção de Essen, agora mais habitável e integrada ao cenário das mudanças climáticas.

Destaque da revitalização urbana, o Krupp Park ocupou área das velhas chaminés não utilizada pelo público havia 200 anos, incorporando modernos conceitos de planejamento de paisagem com potencial para diferentes usos urbanos, misturando de forma pulsante lazer e negócios. O plano teve a cooperação entre o governo municipal e a ThyssenKrupp, ao lado de universidades e empresas de comunicação, engenharia e arquitetura, com financiamento para cerca de 200 projetos apresentados por cidadãos, mobilizados pelo objetivo de transformar a cidade em exemplo para as demais, com meta de se tornar neutra em emissões de carbono até 2025.

Em 2018, o título de capital verde pelo índice da Comissão Europeia ficou com a cidade holandesa de Nijmegen, de 170 mil habitantes, tanto pela exemplar infraestrutura de ciclovias como pelas metas ambiciosas para redução de consumo de energia e pela gestão de água e resíduos.


Fonte: Valor - Macroeconomia, por Sergio Adeodato , 15/03/2018