Depois de os lançamentos imobiliários terem crescido 16,4% na capital paulista, em 2013, e as vendas aumentado 23,6%, a expectativa do Secovi-SP para 2014 é de estabilidade ante o ano passado. "O mercado de lançamentos e vendas ficará em torno de 33 mil unidades na cidade de São Paulo, neste ano, o que para nós significa estabilidade", disse o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.

Em 2013, os lançamentos de São Paulo - maior mercado imobiliário do país - somaram 33.198 unidades, e as vendas chegaram a 33.139 unidades. O Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado aumentou 30,2%, para R$ 19,1 bilhões.

A perspectiva do Secovi-SP para este ano leva em conta fatores como Copa do Mundo, eleições e a possível alteração no Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo. Petrucci afirmou que os fatores que dão suporte ao crescimento do setor continuam existindo, como financiamento imobiliário "abundante e barato".

Em relação aos preços dos imóveis, o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, disse esperar que se mantenham "um pouco mais estáveis" em 2014. "Estamos entrando num período em que preços devem ter estabilidade, a não ser que haja distorções ou que os lançamentos se concentrem em regiões em que o valor do terreno é mais caro, e o tíquete é muito elevado", afirmou Bernardes.

No ano passado, o preço médio dos imóveis na cidade de São Paulo teve crescimento nominal de 20% e real de 10%, segundo Petrucci. "Sem considerar imóveis de um dormitório, a variação real de preços foi de 7,2%", afirmou o economista-chefe do Secovi-SP.

A composição dos preços dos imóveis resulta do equilíbrio entre oferta e demanda, além do custo de produção, ressaltou o presidente do Secovi-SP. "Mas o preço tem um teto no poder aquisitivo das pessoas", disse Bernardes. Segundo ele, uma das formas que o mercado tem buscado para equilibrar essas questões é a redução do tamanho dos imóveis. "Nossos coelhos da cartola não existem mais", afirmou.

Em 2013, os lançamentos do segmento de um dormitório cresceram 92,9% na capital paulista, para 9.261 unidades, enquanto as vendas de imóveis com esse perfil subiram 99,7%, para 8.391 unidades.

Enquanto o Secovi-SP espera estabilidade, o vice-presidente de economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan, estima que o lançamento de imóveis será menor em 2014 na comparação com o ano passado.

"Na cidade de São Paulo, as dificuldades para aquisição de terrenos e aprovação de projetos estão maiores. O empreendedor está mais cauteloso, e só lança o que tem um grau muito grande de confiabilidade no sucesso", disse Zaidan. Ele ponderou que há espaço para a venda de imóveis com localização e preço corretos.

Nos demais mercados, a redução esperada pelo representante do Sinduscon-SP é maior que na capital paulista. "Nas outras capitais, a renda e o mercado não são tão grandes", disse Zaidan. Ele afirmou, porém, não ter preocupação com o desempenho do setor em 2014, pois há renda e demanda por imóveis.

O Produto Interno Bruto (PIB) do setor de construção terá crescimento de 2,8% no ano, conforme estimativa do Sinduscon-SP. Em relação a 2015, Zaidan disse ser muito cedo para fazer projeções, mas que "não será um ano do qual alguém vai ter saudades".


Fonte: Valor, por Chiara Quintão, 12/02/2014