O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) deve registrar crescimento de 0,44% em novembro sobre outubro e subir 2,67% sobre o mesmo período de 2016, de acordo com a estimativa média de 16 analistas consultados pelo Valor Data. Se realizada a projeção, o indicador deve registrar a terceira alta mensal consecutiva. Em outubro, subiu 0,29% e, em setembro, 0,27%. Esses números devem ser revisados pelo BC, que divulga o resultado hoje.

A economia mostrou sinais positivos em novembro, com altas de 0,2% na indústria, 0,7% no comércio e de 1% nos serviços, na série com ajuste sazonal.

Para o banco UBS, a atividade continua em recuperação e o IBC-Br deve ter registrado aumento de 0,6% em novembro. A elevação do índice, que leva em conta a trajetória dos serviços, indústria e agropecuária, deve ser puxada por esses dois últimos. As condições financeiras têm ajudado. "A melhora de tais condições, por causa da queda dos juros, puxa a recuperação, assim como a confiança dos consumidores e das empresas", afirma o banco em relatório.

O Bradesco estima estabilidade ante outubro e alta de 1,7% ante novembro de 2016. As pesquisas, e também o IBC-Br, têm métodos de dessazonalização e períodos amostrais diferentes, o que explica em parte o resultado, segundo Igor Velecico, economista do banco.

Em outubro, o IBC-Br surpreendeu para cima, após resultados ruins no varejo e nos serviços, lembra o economista. De qualquer forma, se confirmada a estimativa em novembro, o índice confirmará o ritmo gradual do crescimento.

Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o volume de serviços prestados no país subiu 1% em novembro ante outubro, um resultado que interrompeu quatro quedas consecutivas. Os números da pesquisa, afirma Velecico, vieram muito próximos do esperado, e o setor dá mostras de estabilização, ainda que em níveis baixos.

"Quase todas as categorias estão andando de lado nos últimos quatro, cinco meses", afirma. O setor de serviços ainda está distante de uma retomada como a mostrada pela indústria e pelo varejo. "Enquanto a indústria está rodando a 3%, 3,5%, e o varejo restrito a 1%, anualizados, os serviços buscam a estabilização", avalia o economista do Bradesco. O banco estima que o IBCBr feche 2017 com alta de 0,9% e o PIB com aumento de 1,1%.


Fonte: Valor - Macroeconomia, por Ana Conceição, 15/01/2018