A empresa de software para construção Sienge lança nesta quinta-feira (5) o Índice de Preços de Materiais de Construção (IPMC), novo indicador para medir a variação do custo das obras no país. A primeira divulgação do projeto, que captura a variação de preço nos últimos 12 meses, até abril, mostra que a maior parte dos insumos subiu menos do que a inflação ou até teve queda no preço.
O IPMC analisa os valores praticados na venda de cinco materiais: aço (vergalhão), cimento, argamassa, fio de cobre e tinta. Desses, apenas o fio de cobre teve incremento do preço acima do IPCA acumulado no mesmo período, que foi de 5,53%. O material subiu 8,64% no país, chegando a 16,94% de alta na região Norte.
No país, o preço do aço subiu 2,52% e o do cimento, 1,79%. Já a tinta acrílica teve queda de 2,32% e a argamassa, de 4,51%.
O indicador mostra a variação por região do país, mas Torres destaca que não foi constatada uma área com mais aumentos ou quedas de preço. Houve variações em todas as regiões, sem um padrão de comportamento.
O IPMC vai ser divulgado todos os meses. O indicador de abril analisou 2 milhões de notas fiscais eletrônicas. Um sistema com inteligência artificial faz a seleção dos dados.
A ideia da Sienge é acrescentar mais materiais na cesta do índice nos próximos meses, conforme o treinamento da IA avance, para atingir ao menos os 10 principais insumos do setor, que respondem por 50% do custo da obra.
Torres lembra que os materiais de construção representam, em geral, de 35% a 55% do custo de uma obra, a depender do padrão do empreendimento — quanto mais “econômico”, maior o peso dos materiais e menor o da mão de obra.
A construção civil já conta com alguns índices que medem seu custo, e a gerente afirma que o IPMC será um complemento a eles. O principal é o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), calculado pela FGV, que leva em conta uma cesta maior de materiais, além de equipamentos, serviços e mão de obra. Nos 12 meses até abril, o índice registrou alta de 7,52%. Em maio, desacelerou para 7,17%.
A FGV também calculava o Índice Abramat, da Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção, que mede o faturamento das empresas do setor, agora conduzido pela consultoria Ecconit. De janeiro a abril deste ano, o indicador acumula alta de 2,1%.